A hermenêutica do mar

De dentro de uma escrita poética, um mar foi feito… melhor, vivido. Respirando a maresia dos sonetos iniciais de Para fazer um mar, do poeta moçambicano Virgílio de Lemos, foi possível o mergulho empreendido no livro que o leitor tem agora em mãos.

A partir de uma artesania poética, composta por morte, queda, susto e epifania, travou-se a escritura de um mar. Um mar próprio, que passa a existir, a se fecundar em cada leitura, pois essa foi a experiência realizada em A hermenêutica do mar – Um estudo sobre a poética de Virgílio de Lemos. Cada palavra presente em tal obra alinhava um nascimento, uma onda versificada em pele e escrita: poesia. E, considerando que ler significa entrar naquilo que se entranha em nossa visão, em nosso corpo, li de corpo aberto ao vento os mosaicos imagéticos dos poemas virgilianos e fui enredado por sua poética. Com isso, pude criar meu próprio mar, meu próprio caminho e me perder em minha andança: solidão de letras e presságios, música e pés descalços, gerados pela entrega aos versos desse importante e fundamental poeta moçambicano.

Agora só me resta convidar aquele que quiser desbravar suas próprias águas a cair em profundo salto. Convite feito! E o mergulho acontece durante o aceno do leitor em se molhar nessa escrita temperada com sal do mar, pôr do sol, horizonte e palavra.

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Autor Fábio Santana Pessanha

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