A meditação ética portuguesa

capa a meditação ética portuguesa

Nas viagens anuais do autor a Portugal, foram realizadas pesquisas sobre o eventual debate de natureza ética que, presumivelmente, ali tivera lugar no ciclo pós-pombalino. Seu interesse pelo tema advinha da circunstância de que, tendo realizado, com outros discípulos do Prof. Miguel Reale, o estudo das ideias filosóficas no Brasil, segundo o roteiro que estabelecera o eminente mestre, e considerando satisfatório esse trabalho – sem embargo dos pontos a esclarecer que indicou na 5ª edição da História das Ideias Filosóficas no Brasil – e desenvolvido idêntica pesquisa no tocante às ideias políticas, verificou que praticamente não discutira a temática moral. Dispôs-se então a verificar o que ocorrera ali de onde provinha a nossa cultura.

Efetivado o correspondente levantamento, entendeu que deveria encerrar, na década de vinte do século XX, o texto que dedicava ao assunto. O autor levou em conta, em primeiro lugar, a circunstância de que a questão teórica central da ética contemporânea muda completamente desde então. No período designado como moderno, a preocupação consistia em encontrar fundamentos racionais para a moral, além de que se passou a discutir, de modo autônomo, moral individual e moral social. Contemporaneamente, trata-se de estabelecer em que consistiria a experiência moral. E, adicionalmente, o fato de que, embora a bibliografia fosse mais alentada que a encontradiça no Brasil, o peso da tradição acabara por impor uma espécie de capitulação diante da temática vigente no período anterior, de franco predomínio da Escolástica. Encerrando a análise naquela data, poderia evidenciá-lo de modo satisfatório. Assim, em Portugal, como no Brasil, deu-se franca recusa da moral moderna, tanto no curso histórico, como no que respeita à discussão correspondente.

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Autor: Antonio Paim

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